Quais são os efeitos da disjunção maxilar na dentição mista?
Para responder a essa pergunta, vamos abordar os seguintes pontos:
- O que é dentição mista e a importância dos tratamentos precoces;
- Exemplos de maloclusões durante a dentição mista;
- Casos de maloclusão para os quais os ortodontistas recomendam a disjunção maxilar;
- Efeitos da disjunção maxilar na dentição mista.
O que é dentição mista e a importância dos tratamentos precoces: a disjunção maxilar
O artigo Dentição mista: por que tratar?, traz a definição de “dentição mista”, ou seja, a fase iniciada por volta dos 6 anos, com o rompimento do primeiro dente definitivo da criança, e que se estende até o aparecimento dos últimos dentes definitivos, por volta dos 14 anos.
Igualmente encontramos ali a relevância dos tratamentos precoces. Embora os dentes possam se acomodar naturalmente durante esse período, nem sempre ocorre assim.
Dessa forma, quanto mais cedo iniciar-se o tratamento, menor a possibilidade de intervenções mais invasivas no futuro.
Exemplos de maloclusões durante a dentição mista
Em primeiro lugar, para entender o efeito da disjunção maxilar na dentição mista, é preciso nos deter em alguns pontos importantes.
A região oral do nosso rosto é composta pela cavidade oral, os dentes, a gengiva, o palato – duro e móvel – e as amígdalas.
Por sua vez, a cavidade oral, ou a boca, é o local onde o alimento é ingerido e preparado para a digestão. A função dos dentes é triturar o alimento e, junto com a saliva, formar o bolo alimentar. Esse é enviado para a faringe com o auxílio da língua e do palato móvel.
Ainda temos os lábios, na parte externa da região oral. Eles têm a função de capturar os alimentos e sugar os líquidos.
Evidentemente, todo esse complexo é responsável tanto pela mastigação e deglutição quanto pela fala, assim como também se relaciona com a respiração.
De onde se conclui a importância dos tratamentos precoces quando houver alguma deformidade ou maloclusão.
Exemplos de maloclusão
- Mordida cruzada;
- Mordida aberta;
- Sobremordida;
- Dentes apinhados.
Além desses casos, restritos aos dentes, outras deformidades da região oral também podem interferir no desenvolvimento de crianças e adolescentes, como:
- Palato duro, ou céu da boca, profundo ou ogival;
- Base nasal estreita.
A disjunção maxilar na dentição mista
A disjunção maxilar é um procedimento odontológico que visa corrigir problemas relacionados à largura do maxilar, ou seja, da parte superior da boca.
Em outras palavras, a correção de qualquer uma das maloclusões ou deformações citadas acima pode exigir a expansão do maxilar, abrindo espaço para os dentes se acomodarem corretamente.
Para tanto, usa-se o aparelho expansor, um dispositivo projetado de forma personalizada e fixado na boca da criança ou adolescente.
Atualmente, trata-se de um recurso de grande utilidade, bastante seguro e comum em ortodontia, sobretudo em pacientes jovens, durante a dentição mista, quando os ossos da face ainda estão em fase de crescimento.
Nesses casos, a disjunção ou expansão do maxilar é mais fácil porque a resistência ao processo é menor e o prognóstico é bastante favorável.
Por outro lado, após os 14 anos, o tratamento ortodôntico com o aparelho expansor pode não ser o mais indicado, ou no mínimo, avaliado com muita cautela.
Finalmente, há dois tipos de expansão maxilar – rápida e lenta – e os aparelhos expansores podem ser removíveis ou fixos.
Como se dá o tratamento com o aparelho expansor na disjunção maxilar
Em primeiro lugar, é importante esclarecer que o local da boca em que é colocado o aparelho expansor, chama-se sutura palatina. Essa é a linha que une as duas metades do osso maxilar. Normalmente nós podemos senti-la com a língua.
Por sua vez, o aparelho disjuntor também é dividido no centro. À medida em que o parafuso central é ativado, as suas duas metades se separaram.
Em consequência, as duas partes da sutura palatina igualmente se separam e a arcada se expande.
Inicialmente, o ortodontista realiza o primeiro ajuste. Ao longo das consultas, ele aumenta gradualmente a pressão exercida pelo aparelho. Em alguns casos, o ortodontista orienta o paciente a fazer esse procedimento inicial em casa, após algum tempo.
Esse é um processo lento e controlado para permitir que ossos e tecidos se adaptem às mudanças.
Em relação ao tempo de uso do aparelho expansor, tudo depende das características e da resposta individual de cada paciente. Quando o ortodontista considerar que a disjunção maxilar foi alcançada, ele remove o aparelho expansor, o que ocorre geralmente de forma simples e indolor.
Efeitos da disjunção maxilar na dentição mista
Comprovadamente, proceder à disjunção maxilar durante a dentição mista favorece o crescimento sadio do paciente, corrigindo já nessa fase deformidades e maloclusões que podem prejudicar suas funções de mastigação, deglutição, assim como a fala e a respiração.
Complementarmente, seus resultados são mais estáveis e de longo prazo.
Como efeitos da disjunção maxilar na dentição mista, podemos citar:
Espaço para os dentes crescerem
A disjunção maxilar cria o espaço necessário para os dentes permanentes se alinharem corretamente.
Correção dos problemas de mordida
Ajustando a largura do maxilar, a disjunção auxilia na correção dos problemas de mordida, como a mordida cruzada ou mordida aberta.
Melhora na respiração
Em alguns casos, a disjunção maxilar proporciona melhorias na respiração.
Influência na estética
O alinhamento dos dentes e a correção de algumas outras deformidades melhora a estética e torna o sorriso mais harmônico.
Recuperação da autoconfiança e da autoestima
Para muitas crianças e adolescentes as maloclusões e outras deformações em seus rostos são a causa de diversas dificuldades emocionais.
Por conseguinte, o procedimento da disjunção maxilar e a consequente correção devolve à criança a possibilidade de continuar crescendo de forma segura e saudável.
Para mais informações sobre os efeitos da disjunção maxilar na dentição mista, agende uma consulta com a Dra. Samanta Nigro.
Dra. Samanta Nigro
Formada em Odontologia pela PUC_PR, especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial pela PUC-PR, especialista em Odontopediatria pela Associação Brasileira de Odontologia-PR e membro da Sociedade Paranaense de Ortodontia. Invisalign® Top Doctor, certificada pelo curso Invisalign by Instituto Maio e Fellowship em Alinhadores.